julho 04, 2018
Se visitar Portugal faz parte das suas prioridades, descobrir as ilhas portuguesas é obrigatório. Viajar para a Madeira ou viajar para os Açores? Bem, certamente será uma escolha difícil, mas neste artigo vamos explicar-lhe como é fácil apaixonar-se pelas ilhas açorianas. Reunimos as 10 melhores razões!
Os Açores são famosos pelas suas lagoas. Ir ao arquipélago sem visitar as lagoas é ter a certeza de que deixámos o melhor por ver. Devido à sua formação geológica vulcânica, as lagoas tornam-se numa paisagem que se mescla com a própria ilha de maneira sublime. Há inúmeras lagoas que é possível admirar, entre elas a Lagoa Funda (Flores), a Lagoa da Caldeira (Faial), a Lagoa do Capitão (Pico), a Lagoa do Fogo (São Miguel), a Lagoa das Sete Cidades (São Miguel), entre outras. Todavia, esta última não só é obrigatória, como é possivelmente a mais célebre de todas. Trata-se da junção de duas lagoas em plena cratera de um vulcão, uma de águas azuis e outra de águas verdes, reflexo das suas incríveis paisagens.
Este ambiente mágico é, ainda, motivo de várias histórias e lendas que despertam ainda mais o interesse e curiosidade dos turistas. Anualmente, milhares de viajantes portugueses e estrangeiros tiram várias fotografias no miradouro da Vista do Rei, realizam prazerosos passeios nas margens destas duas lagoas (qual delas a mais bela!) e sentem a harmonia entre povo e Natureza na freguesia das Sete Cidades. Um passeio a não perder!
A comida açoreana é, simplesmente, maravilhosa. Desde o famoso “Cozido das Furnas”, cozinhado debaixo do solo com o calor vulcânico, aos deliciosos e famosos queijos da Ilha, há toda uma panóplia a provar. Para quem gosta de marisco, este é, também, um local de eleição, assim como os maravilhosos peixes, um deleite deste arquipélago Atlântico. Não deixe de visitar as plantações de ananases, de provar o famoso chá Gorreana ou visitar o Museu do Vinho, para uma experiência gastronómica ainda maior!
As raízes deste arquipélago há muito que foram plantadas, sendo a cultura açoriana um claro espelho das diferentes vagas de colonização que assomaram ao arquipélago nos primeiros séculos após a sua descoberta. Toda esta influência está continuamente presente, tendo-se adaptado ao longo do tempo.
Terras muito ligadas ao mar e à agricultura, por aqui encontram-se diferentes festas tradicionais e religiosas em abundância! As Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em São Miguel, ou a Semana do Mar, no Faial, são grandes exemplares dos costumes ainda muito celebrados. Nestas ilhas há vida todo o ano, o que transforma o arquipélago numa experiência típica e única para os turistas!
Uma vez que se tratam de ilhas vulcânicas, os banhos quentes são uma das principais atrações turísticas dos Açores. A Ilha de São Miguel não é única que oferece este tipo de atividade, mas é das mais expressivas em todo o arquipélago, sobretudo na região das Furnas (onde também se cozinha o famoso “Cozido das Furnas”), situada na cratera de um vulcão.
Os benefícios destas águas termais dos Açores, naturais e carregadas de minerais – principalmente ferro –, já vem de longa data e estão provadas as melhorias em problemas de pele e no alívio de dores causadas pelo reumatismo. E mesmo para quem não padece deste tipo de problemas, estas águas são fenomenais, já que oferecem momentos de puro relaxamento e sensação revigorante. Alguns exemplos são a fantástica Poça da Dona Beija, a Caldeira Velha ou a piscina natural do Parque Terra Nostra. Aliás, este parque (recuperado em 1935) é um regalo para os olhos: uma extensão enorme de pura Natureza, com uma incrível coleção de camélias e outras espécies, assim como um tanque de água termal, com 1,50 metros de profundidade e uma temperatura entre 35ºC e 40ºC
E a melhor qualidade de todas: estes banhos quentes são bem agradáveis em qualquer altura do ano. Uma vez que a temperatura é constante (um pouco mais frio no Inverno, naturalmente), todos os meses são ideais para um bom mergulho nestas águas. Mas, se quiser seguir os conselhos dos locais, não se esqueça: “a melhor hora para ir a banhos quentes é nos dias de frio, ou à noite. E quando chove, fica ainda melhor!”.
Amantes da biosfera, as ilhas dos Açores são para vocês! Há quem defenda que nos Açores não há espécies endémicas, contudo algumas delas foram sendo introduzidas no arquipélago e acabaram por se desenvolver de forma única, sobretudo em termos de coloração e dimensão.
A nível de aves, os Açores ocupam uma posição privilegiada para cursos migratórios que atravessam o Atlântico, que aqui veem um ponto seguro de descanso, nidificação e reprodução, principalmente nas falésias junto ao mar, nos ilhéus, junto às lagoas ou nas zonas mais remotas do interior destas ilhas. Assim, por estas terras pode observar-se o priolo (que já se tinha julgado extinto), o milhafre, o corvo, o canário-da-terra, o pombo-da-rocha, o pombo-torcaz, o cagarro, o garajau, entre outras espécies.
Nos mamíferos, os mais célebres e comuns são a doninha-anã, o furão, o ouriço-cacheiro ou o coelho.
Já a vida marinha é, talvez, a grande atração, devido à possibilidade de observação de baleias e golfinhos (há, inclusivamente, visitas de barco a pontos selecionados no oceano, nas quais, de forma não intrusiva, se pode observar estes belíssimos animais no seu habitat natural). E se é daquelas pessoas fanáticas por snorkelling, então esta é uma atividade a não perder. Poderá avistar a cavala, o peixe-porco, o peixe escorpião, o peixe zebra, ouriços-do-mar, polvos, estrelas-do-mar e, com alguma sorte, a tartaruga marítima, a jamanta, o peixe-lua, o tubarão-martelo, o tubarão-mako e o peixe-tigre.
No arquipélago podem encontrar-se cerca de 60 espécies endémicas de plantas, arbustos e árvores. Para além disso, cerca de 700 espécies foram sendo introduzidas com o passar dos séculos, quer para fins comerciais, quer com finalidades estéticas. O clima ameno que se sente faz com que algumas destas espécies ou derivações sejam, assim, exclusivas destas ilhas e faz, igualmente, com que se crie o ambiente perfeito para novas espécies, possibilitando a sua sobrevivência e desenvolvimento (que, de outra forma, não seria possível). Se é fã de fotografia, não vai querer perder pitada deste arquipélago!
Deste modo, o louro, o queiró, a urze e o cedro são das espécies que mais encontramos nestas ilhas, assim como algumas belíssimas flores que embelezam, ainda mais, o arquipélago, como as hortências, as camélias ou as azáleas, visíveis em todos os recantos destas ilhas.
As paisagens vulcânicas dominam as ilhas. Se gosta de umas boas caminhadas, irá ficar maravilhado quando chega ao topo de algum dos inúmeros montes. A vista de cima é arrebatadora, especialmente quando lagoas espreitam nos sopés, tal como em São Miguel. Alugue um carro e passeie sem pressas. Estradas simples, mas em muito boas condições, com pouco trânsito, é o que vai encontrar, pelo que conseguirá parar nos inúmeros miradouros para observar a Natureza no auge do seu esplendor.
Porque não se esqueça: os Açores foram já considerados um dos destinos europeus com as paisagens mais bonitas, pela European Best Destination, associação que promove os melhores destinos da Europa, em várias categorias. Destas paisagens, destacaram as formas naturais, os recortes das rochas e as estruturas ímpares, que resultam maioritariamente da natureza dos magmas, do tipo de erupção que os originou e da sua dinâmica, entre outros fatures importantes da hidrosfera, atmosfera, biosfera ou geodiversidade. É, por isso, um paraíso atlântico a não perder!
Os portugueses dizem que os Açores têm todas as estações do ano num só dia. Mas o clima, em geral, é ameno, principalmente se comparado com o do continente, mais suscetível a variações térmicas. Localizado na zona temperada do Hemisfério Norte, este arquipélago conta com temperaturas que variam entre os 13,6ºC mínimo e os 22.º máximo.
A influência moderadora da corrente do Golfo torna a água do mar bem mais constante, apresentando temperaturas médias de 16ºC, no Inverno, e de 20,5ºC, em pleno Verão.
Há locais que nos marcam para a vida, quer pela sua magnificência, quer pela sensação que nos transmitem. E os Açores estão repletos deles. A ilha do Pico, por exemplo, contém o ponto mais alto de Portugal, e aqui se realizam boas caminhadas em completa harmonia com a Natureza.
O Poço da Ribeira do Ferreiro (na ilha das Flores) – assim como todo o caminho percorrido até aí chegar – é outro lugar memorável e relaxante, sendo uma falésia ampla e altíssima, de topos irregulares, coberta de musgo e vegetação rasgada por duas dezenas de quedas de água, que se precipitam pela encosta para formarem uma belíssima lagoa de águas límpidas. E o Ilhéu de Vila Franca do Campo, em São Miguel, também vai deixar saudades. Trata-se de uma reserva natural e só é possível visitá-la entre junho e setembro. Este pedaço de terra em forma de “fatia de pizza” tem um lago circular estranhamente perfeito no meio, formado por um antigo vulcão submarino. Aqui, os turistas procuram uns bons mergulhos, relaxar ou explorar a Natureza, numa paisagem natural e ambiente tranquilo que fazem deste local o refúgio ideal para qualquer um.
Mas também a ilha mais pequena e isolada de todo o arquipélago, a ilha-vulcão do Corvo, esconde um dos maiores tesouros alguma vez visto: o Caldeirão. A beleza desta cratera é incomensurável e de cortar a respiração, assim como todas as lagoas naturalmente plantadas nas várias crateras de vulcões de encontramos ao longo de todo o arquipélago. Mas também no interior do solo encontramos tesouros. O Algar do Carvão, a ilha Terceira, é disso um bom exemplo. Situando-se no interior de um vulcão adormecido, acredita-se que teve origem na grande erupção do Pico Alto. É constituído por um cone vulcânico com cerca de 90 metros de altura, contendo no seu interior uma lindíssima lagoa de águas cristalinas e tranquilas, a 100 metros de profundidade. Um belíssimo passeio a não perder.
E lembre-se: estes são, apenas, alguns dos lugares que vale muito a pena conhecer!
Os Açores são mais perto do que toda a gente imagina: cerca de duas horas de distância de Lisboa ou Porto e certa de 4 horas dos principais aeroportos da Europa, Estados Unidos e Canadá.
O principal aeroporto é o de São Miguel, mas viajar entre ilhas também é muito fácil. De avião ou de barco, o facto destas nove ilhas estarem muito próximas umas das outras, faz com que estas ligações internas sejam muito frequentes e económicas. Assim, é rápido fazer um circuito pelas ilhas que mais gosta e ficar a conhecer a maior parte do arquipélago.
Para alem disso, é um destino simpático, de gente acolhedora, e bom para qualquer carteira, uma vez que continuam a ser consideradas das ilhas mais baratas da Europa!
Em suma, uma viagem aos Açores é, simplesmente, inesquecível. Junte-se ao nosso circuito de 8 dias pelo maravilhoso arquipélago e parta à descoberta deste paraíso atlântico!
Patrícia adora livros e séries de televisão, além de compartilhar a sua paixão por viagens.
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